sexta-feira, 6 de novembro de 2009

BIODIVERSIDADE

BIODIVERSIDADE
“É o conjunto das diferentes formas de vida vegetal e animal que existem na natureza. Quanto maior a diversidade de formas de vida, ou seja, quanto maior a biodiversidade de uma região, maior sua riqueza. Segundo os cientistas, o que sustenta o nosso planeta é precisamente essas milhares de formas de vida complementares que existem no mundo vegetal e animal. As sementes transgênicas representam a uniformidade das plantas, uma espécie de monocultura mundial, e isso coloca em risco a biodiversidade e o próprio equilíbrio da vida no planeta, segundo a cientista indiana Vandana Sbiva”.

BIODIVERSIDADE E BIOSSEGURANÇA.
Atualmente, discutem-se no mundo aspectos que estão estreitamente ligados a nossa vida cotidiana, a nossa ação como camponeses, tais como a regulamentação e o aproveitamento da biodiversidade, o uso e a conservação dos recursos genéticos e a liberação dos organismos transgênicos que afetam a saúde da população, o ambiente rural e a economia camponesa. Os órgãos internacionais responsáveis por esses temas enfrentam um grande dilema: adotar a via do uso racional e inteligente dos recursos naturais, para um desenvolvimento sustentável, ou adotar a via que o livre comércio quer impor, da dominação do capital financeiro e o abandono da soberania alimentar.

BIOSSEGURANÇA: A VIDA EM BOAS MÃOS
Para o Movimento dos Pequenos Agricultores, a biodiversidade tem como base fundamental o reconhecimento da diversidade humana, a aceitação de que somos diferentes e de que cada povo e cada pessoa têm liberdade para pensar e para ser.
Vista dessa maneira, a biodiversidade não é só flora e fauna, solo, água e ecossistema. É também culturas, sistemas produtivos, relações humanas e econômicas, formas de governo. Em essência: LIBERDADE.
A diversidade é nossa própria forma de vida. A diversidade vegetal nos dá alimentos, remédios e casa, assim como a diversidade humana, com pessoas de diferentes condições, ideologia e religião nos dá a riqueza cultural. Isso demonstra que temos de evitar que se imponham modelos e que predomine uma só forma de vida ou um só modelo de desenvolvimento.
Opomo-nos a que se privatizem e patenteiem os materiais genéticos que dão origem à vida, à atividade camponesa, à atividade indígena. Os genes, a vida, são propriedades da própria vida. Nós, os camponeses, a temos protegido, cuidando dela com uma educação clara de geração em geração, com um profundo respeito à natureza. Somos nós, os camponeses, que realizamos o melhoramento genético e nossa maior contribuição é a evolução de cada uma das espécies.
Camponeses, homens e mulheres, pequenos agricultores, juntos com pescadores e artesãos, os povos indígenas e as comunidades negras, historicamente somos quem conserva, cria e maneja sustentavelmente a biodiversidade agrícola, que foi, é, e será a base de toda agricultura.

POR ISSO, NÓS DO MOVIMENTO DOS PEQUENOS AGRICULTORES E TODA A VIA CAMPESINA PROPOMOS:
Que a biodiversidade deve ser a base para GARANTIR A SOBERANIA ALIMENTAR, como um direito fundamental e básico – não negociável – dos povos. Direito que deve prevalecer sobre as diretrizes da OMC. Hoje, existem no mundo 800 milhões de pessoas com fome. Para resolver esse problema, devemos pensar em utilizar os alimentos locais, com que nos brinda a diversidade, apoiar os mercados regionais e locais, aplicar a pesquisa e a tecnologia com maior eqüidade.
UMA MORATÓRIA na bioprospecção (exploração, coleção e recoleção, transporte e modificação genética) e o acesso aos recursos genéticos e aos conhecimentos que os camponeses e as comunidades indígenas possuem desses recursos, enquanto não existirem mecanismo de proteção dos direitos de nossas comunidades para prevenir e controlar a biopirataria.
Proteger e promover OS DIREITOS DOS CAMPONESES sobre os recursos genéticos, o acesso à terra, ao trabalho e à cultura. Isso deve passar por um amplo processo informativo e participativo dos atores da biodiversidade. Para isso, estabelecer um mecanismo de consulta e monitoramento permanente com as organizações de agricultores, indígenas e comunidades.

PLANO CAMPONÊS- POR SOBERANIA ALIMENTAR E PODER POPULAR!

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