sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Balanço Político do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA em Alagoas.


Balanço Político do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA em Alagoas.

Histórico:
O Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA surgiu no sul do Brasil em 1996 durante uma seca prolongada onde os agricultores perderão toda a sua produção de comida. Período também em que se vivia uma crise no movimento sindical e de abandono da pequena agricultura por parte do estado brasileiro.
Hoje é uma organização camponesa de caráter nacional e popular, de massa, autônomo, reivindicatório, cujas bases são os grupos de famílias organizados. Propõe-se a produzir comida saudável, abundante e barata para o auto-sustento e alimentação dos próprios camponeses e dos trabalhadores/as urbanos, resgatando a identidade e a cultura camponesa, com suas diversidades regionais. É um movimento que, junto com outros setores da sociedade, está comprometido com a conquista de uma nação soberana, autônoma e justa, está organizado em 18 estados brasileiros.
Em Alagoas o Movimento dos Pequenos Agricultores veio a se organizar em 2003 com ajuda do antigo MMTR hoje MMC Movimento de Mulheres Camponesas, do MST Movimento Sem Terra, e de militantes do MPA da região Sul e Norte do Brasil, hoje está atuando em vários municípios do Agreste e Sertão, onde a grande maioria dos camponeses possui pouca terra, porém são responsáveis pela maioria dos empregos no campo e colabora decisivamente para o desenvolvimento estadual e nacional com capacidade de abastecimento de alimentos básicos do pais em 70%.
A missão do MPA é contribuir na formação da consciência e na transformação da sociedade capitalista para uma sociedade onde todos (as) tenham garantido os mesmos direitos e deveres, possibilitando a dignidade da pessoa humana como gente capaz de construir sua historia o socialismo.
O MPA se articula com os Movimentos e organizações que compõe a via campesina Brasil (MST, MMC, CPP, PJR, FEAB, APOINMI, Indígenas, Pescadores artesanais), Pastorais sociais, Recid, ASA Brasil, ONGS, universidades, articulação popular pela revitalização do Rio São Francisco, Assembléia Popular, e Consulta Popular.

As principais linhas de ação do MPA no ultimo período foram:
Trabalho e organização de base, formação política e ideológica, educação camponesa, habitação, produção, previdência, pela implantação da tarifa social de energia elétrica, luta permanente por um estado livre de transgênicos, convivência com o semi-árido, enfrentamento ao agronegócio (grandes Projetos), e construção do projeto de desenvolvimento da e para a agricultura camponesa no Brasil "Plano Camponês".

Os principais resultados concretos da Luta:
Trabalho de base, formação (escolas municipais, escola estadual, encontros intercomunitários, municipais, estaduais, de jovens, mulheres, crianças e gênero), alfabetização de jovens e adultos, construção de hortas comunitárias, resgate e defesa das sementes crioulas, renegociação das dividas dos pequenos agricultores, conquista do programa luz para todos, acesso aos benefícios previdenciários com menos burocracia, organização da produção (oficinas de pequenos animais, biofertilizantes, aquisição de sementes, conservação de alimentos, beneficiamento de frutas, derivados da mandioca, organização de feiras etc.) execução de varias etapas de cisternas de placa juntamente com as demais organizações da ASA, construção de aviários coletivos e casa de farinha, e estamos com quatro projetos em andamento construção e reforma de unidades habitacionais, construção de uma agroindústria de beneficiamento de frutas, assistência técnica e educação camponesa, e criação de pequenos animais com fundo rotativo.
Sabemos que para o nosso inimigo principal o agronegócio, muitos gestores públicos municipais e estaduais, e para muitas organizações que deveriam cumprir sua função de organização e luta dos trabalhadores do campo, nossa organização é uma contradição já que em um estado como o nosso onde tudo gira em torno do latifúndio da cana de açúcar, concentração de terras e da corrupção esta em construção outra proposta de ser e viver no campo.

Fontes de recursos:
Nossa principal fonte de recurso vem dos próprios camponeses e camponesas, amigos e parceiros, isso é fundamental para uma organização social e política da magnitude do MPA.

Desafios e possibilidades para os próximos períodos:
1- Organizarmo-nos e consolidarmos em todos os recantos do estado de Alagoas onde tem camponeses, produção de comida e ação do agronegócio.
2- Retomar o trabalho de base como único jeito de manter nossa organização viva.
3- Ter um bom programa de formação capaz de irradiar o MPA e sua proposta no coração dos camponeses.
4- Trabalhar fortemente a organização da produção e auto-sustentação em todos os aspectos.
5- Ter um bom grupo de militantes e dirigentes capazes de conduzir o MPA com seus grandes desafios nos próximos períodos.
6- Fazer grandes lutas de enfrentamento do agronegócio e de anuncio do nosso projeto consolidando a Via Campesina no estado como espaço de luta coletiva dos camponeses/as;
7- Lutas imediatas por conquistas para os camponeses como: água, sementes, moradia, assistência técnica, educação, saúde, estradas, previdência, beneficiamento da produção, comercialização e garantia de políticas publicas.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Movimento dos Pequenos Agricultores realiza V Encontro Estadual
“Plano Camponês: Por soberania alimentar e poder popular”, esse é o tema do V Encontro Estadual do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que acontecerá de 19 a 21 de fevereiro, na cidade de Estrela de Alagoas - AL. O encontro reunirá camponeses e camponesas do Agreste, Médio Sertão e Alto Sertão do estado, a fim de discutir e aprofundar uma proposta de plano para afirmação do campesinato.
O “plano camponês” é uma proposta apresentada pelo MPA a partir de uma série de estudos sobre a realidade do campo brasileiro, e propõe um conjunto de ações políticas, econômicas e culturais para garantir a soberania alimentar—com produção de comida saudável para o povo, e vida de qualidade no campo.
O tema a ser debatido, além de reafirmar o campesinato como sujeito político, traz à tona a necessidade urgente de pensar uma nova proposta de produção para o campo brasileiro, que seja pautada na agricultura camponesa, e que se volte para as necessidades do povo, e não do agronegócio.
Atualmente, a agricultura camponesa é a principal responsável pela produção de alimentos no país, garantindo mais de 70% da comida que chega até a mesa dos alagoanos e brasileiros. Com base no modelo de produção agroecológica, a agricultura camponesa promove o respeito à vida e à natureza, com sustentabilidade econômica, política, ambiental e cultural. Por isso, é de fundamental importância garantir um plano que priorize a agricultura camponesa, e que se consolide como proposta política não apenas para o campo, mas também para a cidade, através da produção de comida limpa e acessível a todos.
A realização do V Encontro Estadual do MPA marca um importante momento de reorganização do movimento no Estado, e contará com a participação de representantes da Via Campesina, e de outros movimentos sociais rurais e urbanos.
Palmeira dos Índios, 12 de fevereiro de 2010
Coordenação estadual do MPA
(82) 9950 0227 ou mpaalagoas@hotmail.com