O V Encontro estadual é um marco histórico para o campesinato alagoano. Porque reuniram camponeses e camponesas, comunidade quilombola e indígenas vindos das regiões do Agreste, Médio Sertão, Baixo São Francisco e Auto Sertão Alagoano. A fim de discutir os problemas comuns dos camponeses. O encontro possibilitou aos participantes analisar a conjuntura histórica, política, econômica e agrária do estado de Alagoas e do Brasil, constatamos que o nosso principal inimigo é o agronegócio que vem avançando sobre as comunidades camponesas. É um momento de reafirmação, animação e mística que se construiu ao longo da caminhada do MPA no estado de Alagoas e continuará a impulsionar os camponeses a lutar em defesa da vida.
Refletimos sobre os principais problemas que são: o abandono do estado brasileiro que não tem políticas públicas que considere a realidade dos agricultores, exemplo disso é o PAC (Programa de aceleração do Crescimento) que se implanta no estado de Alagoas como uma ameaça a expulsão de milhares de famílias das comunidades originarias. Tais obras são: Canal do Sertão, barragem das trairás, mineração no agreste, usina nuclear no baixo são Francisco, avanço da cana de açúcar para o agreste e sertão, estaleiro e a transposição do Rio São Francisco. Outra questão séria é a política de créditos do governo PRONAF, que não garante pensar a reestruturação das comunidades, pois quase todas as famílias que acessam ao credito não conseguem pagar, por falta de assistência técnica, e juros altos que mesmo se vendessem a sua terra a si própria e a família não daria para pagar aos bancos.
O encontro também foi um momento de celebração das lutas e conquistas do MPA junto a organizações do campo e da cidade: Via Campesina, Caritas Diocesana de Palmeira dos Índios, RECID – Rede de Educação Cidadã e Assembléia Popular, UFAL – Universidade Federal de Alagoas, Superintendência da Previdência Social de Alagoas, AMIGREAL e COPPABACS. Os camponeses organizados no MPA entregaram variedades de sementes aos convidados e pediram para cada um em seus espaços e organizações fazerem a luta e a defesa das sementes como único meio de continuidade da agricultura e perpetuação da vida e de produção de comida saudável para alimentarem suas famílias e as populações das cidades.
Os principais desafios apontados durante o encontro foram: organização de base e controle do território camponês, defesa das sementes, organização da produção, envolver a juventude na luta, massificação da luta contra o contra o agronegócio, defesa dos recursos naturais, trabalho de base, auto-sustentação financeira, política e ideológica, formação e educação e a construção de um projeto popular que considere o campo e a cidade.
A Coordenação Estadual
Plano Camponês – Por Soberania Alimentar e Poder Popular!
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